Conheça a História do Mergulho no Brasil e no mundo

O contato do homem com a água é uma realidade desde sempre. Assim, é muito difícil precisar em que momento foram escritas as primeiras linhas da História do Mergulho.

A exploração subaquática tem suas origens em civilizações primitivas, com mergulhos livres em águas rasas e com o objetivo de coletar alimentos ou materiais de valor, como pérolas e corais. A busca de riquezas e as estratégias de guerra foram, em grande parte, responsáveis pelo desenvolvimento de equipamentos que pudessem ir além dos limites do corpo humano.

A prática evoluiu de tal forma que hoje o mergulho é uma forma de lazer acessível a qualquer pessoa. O mergulho é dividido em duas modalidades: o mergulho livre e o mergulho autônomo. O primeiro contempla o mergulho mais “natural”, realizado apenas prendendo a respiração. Já o segundo é aquele que faz uso de equipamentos que permitem a respiração embaixo d’água de forma autônoma (por isso o nome).

Vamos entender um pouco melhor a  História do mergulho autônomo!

Primeiros equipamentos

Um dos primeiros relatos de pessoas respirando debaixo d’água data de 480 a.C.! O historiador Heródoto narrou a recuperação de tesouros de navios naufragados para o rei da Pérsia, Xerxes. Esses verdadeiros “tataravôs do mergulho” teriam utilizado juncos ocos para respirar. Ainda há uma série de outros relatos de pessoas realizando tentativas de respirar debaixo d’água na Grécia Antiga.

Ao longo da história, muitos tentaram criar roupas e equipamentos para aumentar o tempo de permanência ao mergulhar. Foi assim que, em 1531, Gugliemo de Lorena projetou o primeiro sino de mergulho.

Um sino de mergulho é uma câmara (semelhante a um sino de igreja) suspensa por um cabo, que leva os mergulhadores até a profundidade necessária para realizar trabalhos e tarefas em regiões submersas. Para isso, é utilizada a pressão para manter o ar preso em seu interior.

O sino de mergulho faz parte da História do Mergulho
Desenho de um sino de mergulho

Em 1715 foi criada a primeira roupa específica de mergulho, por John Lethbridge. O acessório era feito de madeira! Foi apenas em 1839 que modelos mais avançados começaram a surgir rapidamente.

O responsável por um dos saltos nessa evolução foi Augustus Siebe, que desenvolveu o primeiro traje impermeável com um escafandro fixado, que ainda segue em uso para certos tipos de mergulho. Esse período ficou conhecido como a “Era do Escafandro“.

No final do século XIX, uma nova mudança se mostrou necessária na História do Mergulho por causa da descoberta de doenças descompressivas. A exposição a grandes profundidades faz com que o organismo dissolva nitrogênio no sangue e nos tecidos e a mudança de pressão ao retornar para a superfície provoca a formação de bolhas.

Para driblar esse problema foram criadas as primeiras tabelas de mergulho, por John Scott Haldane. O objetivo é prever o controle da mudança de pressão de forma gradual para proteger os mergulhadores. Os equipamentos e técnicas modernas já estão completamente adaptados de forma a evitar o desenvolvimento de tais condições.

Começo do SCUBA

Na década de 40, surgiu o Acqualung, criado pelos franceses Emile Gagnan e o famoso Jacques Cousteau. O equipamento é também conhecido como “pulmão aquático” e é formado por cilindros de ar em alta pressão e de um regulador para se respirar pela boca. Esse foi o começo do SCUBA, sigla para “Self-Contained Underwater Breathing Apparatus” (em tradução livre: Aparato Autônomo de Respiração Subaquática)

Existiam duas divisões principais no Acqualung: o sistema de circuito aberto consiste na liberação do gás expirado diretamente na água. Já no circuito fechado, o dióxido de carbono expirado é filtrado e volta a circular.

Jacques Costeau é uma figura muito importante na História do Mergulho
Jacques Cousteau, o pai do mergulho, com seu Acqualung!

Primeiras certificadoras de mergulho

Em 1966, John Cronin e Ralph Erickson fundaram a certificadora PADI (Professional Association of Diving Instructor), uma das primeiras organizações com foco no mergulho autônomo.

Com o sonho de organizar um curso de certificação para mergulhadores que fosse destaque em todo o mundo, Hess, Blakeslee e Auxier abriram a NAUI (National Association of Underwater Instructors).

Essas organizações marcaram a História do Mergulho Recreacional, já que criaram padrões de segurança mundiais e passaram a formar instrutores de alto nível. Dessa forma, a prática se tornou acessível e ultrapassou fronteiras.

Já falamos mais sobre as certificadoras em nosso artigo: “Entenda o que são as certificadoras de mergulho”.

A História do Mergulho no Brasil

Na década de 1960, alguns brasileiros começaram a fazer cursos no exterior e trouxeram a novidade para o país. Pilotos de companhias aéreas, principalmente dos EUA, foram os responsáveis por trazer os primeiros equipamentos para cá. O desenvolvimento foi rápido e logo algumas certificadoras internacionais abriram as portas no país.

Um grande salto na popularidade da prática veio com a visita do francês Jacques Cousteau ao Brasil na década de 1980. Imagens dele mergulhando com botos-cor-de-rosa no Rio Amazonas certamente inspiraram pessoas em todo o mundo.

Confira no Youtube a primeira parte do documentário “A Amazônia por Jacques Costeau”, exibido em 1984 pela Rede Globo:

Mergulho científico e militar

O foco do mergulho científico é coletar dados ou amostras e monitorar o mundo subaquático. Essas pesquisas podem ajudar pescadores, estudiosos, ambientalistas e governantes. Várias ciências podem se beneficiar desse tipo de mergulho:

  • Biologia: estudo de campo, análise de espécies e coleta de amostras;
  • Química: descoberta e análise de compostos;
  • Hidrologia: estudo das águas;
  • Arqueologia: estudo histórico de naufrágios e locais submersos.

Já o mergulho militar, possui um desenvolvimento muito particular que vem desde a Antiguidade. A Marinha brasileira possui uma unidade conhecida como GRUMEC (Grupamento de Mergulhadores de Combate). O objetivo desse grupo é se infiltrar em áreas litorâneas para executar tarefas estratégicas.

O mergulho autônomo recreacional

A História do Mergulho Autônomo evoluiu de tal forma que hoje milhares de pessoas no mundo todo mergulham apenas por lazer! Muita gente ainda pode ter algum receio em relação à prática, mas a verdade é que graças à toda essa evolução, o mergulho é hoje uma atividade muito segura.

O mergulho é bastante procurado por pessoas curiosas para conhecer o fundo do mar e que adoram viajar. Isso porque existem operadoras de mergulho no mundo inteiro, e são muitos os destinos paradisíacos que oferecem essa possibilidade de recreação para seus visitantes, como é o caso de Fernando de Noronha, Angra dos Reis e o Caribe (um dos mais famosos de todos).

Para dar conta dessa atividade, existem as escolas de mergulho, que carregam a responsabilidade de transmitir todas as boas práticas de segurança para seus alunos.

A porta de entrada para virar um mergulhador é o Curso de Mergulho. Nele, o aluno assiste aulas teóricas e práticas (em uma piscina) para aprender a utilizar todo o equipamento SCUBA. A “formatura” do Curso acontece em uma viagem chamada de “check-out” em que os alunos mergulham no mar pela primeira vez, sempre acompanhados de instrutores experientes.

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